Viagem
- Clara Godoy
- 17 de jan.
- 2 min de leitura
Me retirei da vida caótica para viver alguns dias na calmaria. Não foi ao mar que busquei meu refúgio. Foi ao meio das montanhas, vales e riachos do sul de Minas.
Durante minha viagem, não procurei por amores antigos, ou tentei forjar novos. Simplismente mantive contato com um dos amores que tenho nutrido a 1 ano.
Aos olhos de muitos, ele talvez nem seja digno de me ter. Mas eu não me importo com seus defeitos. As pessoas mudam. As pessoas amadurecem, estudam, trabalham duro...
Pelos vales em que meu sinal falhava e a internet ia para o beleléu, ele me mandava mensagens preocupadas. E eu, tonta e apaixonada, era pega arrancando um sorriso de canto a canto.
Mandava fotos das montanhas, das visitas, do azeite que provei, do café que bebi... do café mineiro já açucarado que tomei e do bolo de fubá com goiabada que comi. Compartilhei todos e alguns momentos que vivenciei.
O ar gelado que passava na janela enquanto o carro cortava a paisagem mineira. O pôr do sol mágico que atingia colorações rosas e laranjas, me deixando refém de tirar fotos que não capturavam o que eu via diante dos meus olhos.
O frescor de estar com a minha família... dividir as minhas conquistas e aproveitar o ofurô da banheira do quarto da pousada. Dar risada das piadas dos meus pais, ao mesmo tempo que desejava pela minha independência rapidamente.
A viagem terminou cedo demais... mas aproveitei o máximo, e trouxe meu passarinho, meu companheiro, junto comigo. Não me sinto só, mesmo que longe dele. Quando ele voa, eu o perco de vista. Mas ele sempre volta.
A viagem acabou. Agora, o frenesi da cidade me envolve novamente.
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