Universo Imaginado
- Clara Godoy
- 11 de set. de 2024
- 2 min de leitura
Em uma singela ilha italiana, ao sol escaldante do verão, encontrei você. Apesar das águas cristalinas estarem geladas, você pulou de cabeça. E eu, medrosa, deixei você me puxar pelas pernas.
Esse é o amor imaginado, de duas pessoas que não existem, mas poderiam em mundos separados. Em meio o alegro tangabile, dançam em seu ritmo frenético e descontrolado, saudando as férias que vivem. Eles se amam, mas ao mesmo tempo são só amigos. Transam, mas ao mesmo tempo namoram pessoas diferentes. Se amam, mas ao mesmo tempo se odeiam
A diversidade, a bipolaridade, a antecedência, a disparidade, a diferença o céu e o mar. Nas ilhas italianas, de férias e chapéu me pergunto o porquê daquele outro não responder a minha pergunta.
Nas férias de julho, no hemisfério norte, nada disso importa.
No Egito, a Emissária do caos ascende ao seu trono
Esse é o universo imaginado. Da minha cabeça onde saem as ideias, saem visões e sonhos. Saem desejos incontroláveis, saem sorrisos e lágrimas.
Desse universo imaginado, você me beija e retoma o que é seu. Da dúvida dos milhões de anos separados, sempre foi você. O homem o qual quero me casar.
Mas, pelo singelo motivo de ser, não foi você quem me acompanhou a Itália. Mesmo que o outro seja mais feio que você, mesmo que o outro seja comprometido, mesmo aquele outro que é mais bonito que você, mesmo aquele outro que não mais me quer, mesmo a outra que achei bonita. Não foi você
Deveria ter sido? Afinal, a Itália é linda nessa época do ano. Deveria o barco ser pilotado pelo meu pai, e você estar nele? E nossos filhos?
Deveria ter sido, se não eu não me sentiria assim. Ansiando por algo inexistente em um alegro tangabile sem fim.
Esse é o universo imaginado. E minha imaginação me leva até você
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