Sem saída
- Clara Godoy
- 12 de jun. de 2022
- 1 min de leitura
Não há saída do labirinto em que estou. Quanto mais penso sobre ele mais turva fica minha visão. Eu corro pelos corredores a procura de uma saída, uma resposta. Eu olho para as paredes e percebo que meu destino é cruel. Enquanto perdurar esse estado, não sairei do labirinto.
Gostaria que os caminhos fossem simples. Como um jogo de criança, o visse de cima e vislumbrasse o caminho. Mas eu estou sozinha aqui e nesse espaço tempo ninguém pode me encontrar.
Quero sentir mais uma vez a brisa leve e doce do final de tarde, o céu alaranjado. Rir novamente ao lado daquela pessoa, ou melhor, rir pela primeira vez. Não passam de amargas ilusões que nunca terão concretude.
Enquanto permaneço suspensa no espaço, me pergunto o impacto que deixei no mundo. Em quem eu fui mais que uma simples passagem?
Me sento no chão do labirinto. Penso no meu futuro naquele lugar. Ele eventualmente desaparecerá, mas isso não significa que eu encontrarei o caminho. Ele apenas, temporariamente, me deixará livre. Enquanto ocupo meu tempo com outras coisas, as causas que me levaram a ele estão dormentes. Cedo ou tarde elas despertarão novamente.
Não corro nem ando. Permaneço imóvel. No meu futuro não há a felicidade que eu sonho, naquele lugar que pensei que seria. No meu futuro há um vazio. Eu viverei com esse vazio até que eu, um dia, não consiga mais escapar do labirinto ou que, de alguma forma, eu encontre uma maneira de sair dele sem nunca mais retornar.
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