[Sangue e Repulsa] Capítulo 3

Proteção

"Não sei quem me bateu, é sério. Já te disse tudo que sei"

O policial suspirava. "Você viu a pessoa que te bateu? Foi a mesma pessoa que te colocou em um saco de lixo?"

"Uma mulher alta e loira me vendou com aquele saco de lixo. Depois disso ela me bateu e me deixou deitado sem socorro"

Ele não poderia estar tendo a coragem de contar uma mentir deslavada para um policial. Ele acusaria uma mulher inocente para proteger Andromeda. Andromeda era baixa, tinha cabelos curtos lilazes, nas vezes em que não usava uma peruca castanha para não chamar atenção para a multidão. Naquela noite, enquanto sugando seu sangue, seu cabelo e olhos brilhavam. Ela era estranha, misteriosa. Mas não seria a primeira nem segunda vez que ela tinha se descontrolado e descontado nele. A diferença é que existiam mais vezes que Andromeda tinha salvo a sua vida. Ele não podia dedurá-la.

"Por que estou fazendo isso?"

A consciência de André estava toda espalhada pelo chão do quarto de hospital. Por que estava protegendo sua agressora? O certo não seria denunciá-la? Era quase que como inconsciente. E consciente. Ele não deveria, mas queria. Ele não poderia, mas devia.

Se dança uma valsa com a mentira. Venha, me jogue pelo palco. Segure na minha cintura e dance uma valsa, me levando a lugares para encobrir a... amiga? Amada? Agressora?

Ele se recuperava como da sua última internação naquele hospital. O acidente que o alterou profundamente. Fisiologicamente e Psiquicamente. Mente espalhada pela cama hospitalar. Tentava rememorar o que tinha vivido.

"Eu estava com Andromeda no parque. Nós estávamos flertando. Ela gemia. E eu me sentia... sugado. Me sentia exausto... minha visão embaçada e eu sentia... ela cuspiu no meu rosto?"

"André? Fale algo filho. Precisamos encontrar essa culpada. Não quero te ver saindo á noite mais. Já não basta a bebedeira de semana passada?"

"Ela parecia... estar gostando daquilo. Não a reconheço mais. Quem é ela? Ou o que é ela? Uma vampira? Um lobisomem?"

"Não sei o que dizer mais mãe, já disse tudo que sabia."

O policial saía do quarto ainda mais confuso de quando entrou. André continuava tentando encontrar sentido em tudo aquilo. Alguma palavra.

Batidas na porta do quarto de hospital. Clarisse tinha chegado.