Precipício
- Clara Godoy
- 26 de out. de 2024
- 2 min de leitura
Atualizado: 28 de out. de 2024
Raiva, sinto-a, como a mula sem cabeça rodeada pelo fogo se sente ao avançar floresta adentro. Na floresta, no lago, olho para o meu reflexo no lago. Ele é negro. Eu tenho uma venda em meus olhos. Eu sou a emissária do caos.
Chega de promessas vazias. Chegada sua falsa superioridade de som. Essa música não é para você. Essa música não é sobre você. Chega de achar que as suas palavras tem algum significado. "Estou te ajudando" uma ova. Está ajudando a si mesmo a achar que está fazendo o melhor para mim. Suas críticas, mentiras, falsa freguesia de falar o que pensa achando que vai me ajudar. Que me deixa com raiva... que me deixa louca de raiva. Não é como se você tivesse isso na floresta. Sua vida é mansa, calma, estável, estabilizada. Mesmo que você esteja na beira do precipício, recusa ajuda.
A emisária dos caos não vai te ajudar cordeirinho. Caia no abismo e quebre o pescoço.
Estamos na beira do abismo. Estamos no maior dos precipícios. A emissária dos caos não poderia se importar menos.
Hoje percebi seu maior defeito. Hoje descobri que a emissária é a maior egoísta de todos os tempos, em todos os sentidos da palavra. Isso por que a emissária do caos nunca estenderia a mão para salvar uma pessoa na beira do precipício, prestes a cair. Ela sairia andando para longe do precipício, deixando o inocente a própria sorte.
Talvez esse seja o destino inevitável de nós dois. Caindo, caindo, caindo infinitamente. Até o momento em que atingiríamos o chão, manchado de tinta preta. A lama, o caos. A insanidade. O por quê. A justificativa para nós dois. Essa podridão.
Koi
Venha
Venha responder ao chamado
Mais perto, mais perto, mais perto
Só mais um pouco. Venha
Atinja o fundo desse precipício de mentiras
Me beije
Sinto repulsa de você
A emissária ama a si mesma
O final chegou
Clack!
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