Outono
- Clara Godoy
- 26 de jun. de 2024
- 1 min de leitura
Os dias de outono estão começando e meu coração não está gelado. Pela primeira vez na vida, minha melancolia não coincide com a estação em que as árvores perderam todas as suas cores
Penso em como me sinto anestesiada pelo tédio e pela falta de grandes acontecimentos que me levem a colocar a tinta no papel. Ou às teclas digitadas freneticamente em uma tela de computador qualquer.
Hoje vi um amigo, que a muito não via. Isso me despertou felicidade, mas a ida foi muito penosa. Talvez eu só não saiba por que, neste outono, eu não sinto nada e as palavras não vem com tanta facilidade para que eu possa marcar o papel. Também falei com uma amiga querida.
Talvez a escrita seja o cotidiano. Talvez o dia-a-dia seja mais importante que só os grandes acontecimentos. Talvez a promessa de escrever um texto seja só isso: uma promessa de trazer algo banal da vida para o papel e ver as palavras correrem pelo papel como jato. não preciso repor a tinta de uma pena, não preciso usar uma caneta esferográfica e ainda sim às minhas palavras estarão marcadas para sempre. Não significa que qualquer pessoa lerá, mas significa que minhas poucas palavras serão lidas por alguns para sempre.
Não sinto o frio do outono. É diferente… e como se você nunca tivesse ido embora
Comments