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Novamente, a solidão

  • Foto do escritor: Clara Godoy
    Clara Godoy
  • 3 de fev. de 2022
  • 3 min de leitura

Começo a procurar músicas para ouvir, como se alguma delas fosse realmente me ajudar a processar o que tenho visto. Meus olhos não me enganam, mas meus sentimentos são controversos. Eu não deveria me importar com aqueles que não se importam comigo. Não deveria estar machucada por pessoas que esqueceram meu rosto, que meu nome não significa nada, e que no fundo, nunca me quiseram por perto. Mesmo assim não posso fingir que nada aconteceu.

Eu não deveria acompanhar o que essas pessoas veem, recomendam ou falam. Eu deveria ser forte e não as seguir mais, não me importar como as suas vidas são ou suas conquistas. Deveria ser mais fria.

Mesmo assim, esse sentimento de solidão não passa. Sempre tentei cobrir ele com algo, com algum tipo de relação, algum tipo de amizade, algo que nunca posso manter e que mesmo assim ainda ando buscando. Mas nada exclui o fato que estou sozinha e vou permanecer sozinha por enquanto. Posso ter minha ambições, posso ter meus sonhos e objetivos, mas nada parece completo quando eu estou sozinha. Se eu não tenho pessoas que eu queira dividir esse momentos, contar, ou pelo menos poder chorar a dor que me assola agora.

Essa solidão que sempre senti, e que já me acostumei, mas desde um certo alguém, tenho sofrido mais. Por que quando ocupei o buraco que eu tinha, tudo parecia mais feliz. Mas não posso mais ignorar esse buraco, por que ele sempre existiu e sempre vai existir.

Acho que no fundo, existiriam algumas pessoas que eu confiaria. Mas isso depende se eu as veria no futuro, se elas me aceitariam ou não. Acho que me aceitariam.

Quando eu voltar para minha vida normal, depois de dois anos sozinha, depois de dois anos de dificuldades que nunca antes eu tinha enfrentado, acho que as coisas permaneceram as mesmas. Eu tenho que tentar mudar elas, por que ninguém faria o mesmo por mim, portanto eu tenho que tomar meu destino nas mãos e seguir em frente, mesmo que eu titubeie, mesmo que eu esqueça o vazio que permanece dentro de mim. Espero que ele seja preenchido por coisas lindas, mas não posso ser ingênua.

Aquela vez, em que eu cheguei naquele lugar novo, como me comportei? Como consegui me conectar com quem hoje está de costas para mim? Como nunca enxerguei que fui ingênua, que acreditei nas pessoas pelo simples motivo de ser otimista. Por que acreditei que algo poderia ser diferente, quando na verdade, tudo permaneceria da mesma forma. Continuei pensando que a mudança chegaria. Ela nunca chegou.

Agora, pondero comigo mesma. Os que lerem o texto, são poucos e tampouco podem fazer algo para mudar. Só me resta, como sempre, conversar comigo mesma sobre o ocorrido. Pensado sem me torturar o que eu fiz de errado, mas tentar me consolar com as mais pífias desculpas, por que a verdade é cruel. Mas eu sei dela, e já é tarde demais para tentar esquecer o que sempre esteve na minha cara esse tempo todo. Tenho que seguir em frente, não do jeito que pensei anteriormente, extravagantemente para impressionar. Se eu quero impressionar é por que eu sinto isso, não para provar para pessoas que de nada me interessam mais. Eu preciso melhorar para mim mesma, preciso ser capaz de me sustentar comigo mesma, como sempre tentei. Por que no final, se eu ficar para sempre sozinha, preciso lidar com a pequena dor que cresce.

Sempre estive sozinha e agora não é diferente. Dentro do meu casulo, quero agora me tornar uma borboleta e voar para longe. Quero crescer novamente. Só tenho um objetivo, e tenho que cumpri-lo. Chega de ser boazinha.

 
 
 

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