Despedida

Sempre imaginei que uma despedida ocorreria, mas não achei que fosse tão cedo, nem tão rápido como foi. De longe, as palavras amargas e doces ainda me deixam zonza.

Aceitei a despedida e me despedi, por mais rápido que parecesse no momento, como se deixássemos nosso passado para trás sem olhar duas vezes, apenas focados em seguir em frente.

Rápido e indolor, mas é claro que não deixei de derrubar algumas lágrimas, afinal são sempre assim as despedidas. Pensando no meu futuro incerto, tenho medo do que ocorrerá, e de um certo alguém a quem quero longe.

Nos encontramos quase tão rápido como deixamos um ao outro, pessoas sozinhas na pista de dança, deixando para trás a música suave, e escolhendo dar uma pausa frente ao bar. O ritmo rápido e veloz nos deixou a muito tempo. Ao invés disso, antes de seguirmos nosso caminho, estávamos em um ritmo desacelerado e constante. Mas não tão constante como eu gostaria.

A música em si nunca piorou. Dançamos por várias rodadas, até ficarmos cansados e suados. Não foi o ritmo, ou as manobras, os sorrisos que trocamos, as palavras que dissemos ou os abraços que demos.

Foi o acaso

E do acaso não fugimos e não podemos nos conformar que será diferente, Do destino, ou das coisas que pouco mudam, nada podemos fazer a respeito. Não poderia deixar-me de despedir hoje, pois saberia que no futuro, em algum momento, essa despedida chegaria

De fato, nada muda, apenas o vazio que as despedidas deixam, quando não se tem esperanças de reencontrar a quem se ama. O fim de uma amizade, por exemplo, é uma despedida, por mais conturbada ou pacífica que seja. O que muda agora é que o objeto dos meus sonhos mudou. Me movo a cada estação e essa mesmo durou meu inverno. Essa estação, que passou pela primavera e já nos vemos no verão de novo.

Agora não sinto mais que seja um verão quente e receptivo. Sinto um frio de outono aos poucos me envolvendo, tão lentamente que quase não me dou conta, que ao final, estarei completamente gelada novamente. Talvez isso seja mais um acaso