Confusão
- Clara Godoy
- 8 de fev. de 2022
- 3 min de leitura
Estou confusa. Desde que ele me chamou estou confusa. Confusa sobre meus sentimentos, confusa sobre a dor, e confusa sobre a felicidade. Meu coração quer deixar tudo para trás e voltar a amar novamente. Quer preencher o espaço que ficou vago depois da separação dele. Meu coração não é racional. Se ao menos às coisas fossem menos complicadas
Minha mente sabe o que devo fazer. Ela sabe que devo ignorar meus sentimentos, que devo esquecer o passado e seguir em frente. Minha mente também sabe que ele é único, e que nunca vou achar alguém igual ele por que isso é impossível. Minha mente me diz que não estou pronta para procurar de novo. Que tudo que acontecer será uma tentativa falha de superar um dos sentimentos mais fortes que já me abateram.
Ontem ele me pediu que deixássemos de lado as carícias e a luxúria, e me questionou se não acabaríamos nos machucando de novo. Como eu sabia que a resposta era sim, iríamos nos magoar por que não conseguimos ficar longe um do outro, disse para ele esquecer aquela discussão.
Enquanto ele está ocupado pensando no seu futuro, meu tempo parou desde do começo de um ano prometido. Era o ano da mudança, e escrevi seu nome com as coisas que queria levar. Mas naquela noite de fogos, chorei pela primeira vez, e entendi que sonhos não se tornam realidade. Entendi que por mais teimosa que fosse, não podia controlar as pessoas, assim como não pude controlar o que se sucedeu. Desde então meu tempo parou, e se move a velocidade de tartaruga. O primeiro dia foi o mais difícil, mas aos poucos foi ficando suportável. Tentei preencher meu tempo para não pensar nele, mas sempre que eu conversava com alguém, ele voltava para minha mente. Não bloqueei os pensamentos, nem os evitei, pois sabia que de nada iria adiantar. Até que eu estivesse tão ocupada que esquecesse dele, ele certamente não ia abandonar os meus pensamentos. Quando eu penso no meu futuro, penso em quem eu quero que me segure e me abrace, não penso em outra pessoa. Embora seja impossível. Ainda esperarei.
Quanto mais espero, mais patética me sinto. Penso que, quanto mais espero pela oportunidade certa, pela pessoa certa, o tempo nunca parará. E quando essa oportunidade chegar, talvez seja muito tarde e eu espante quem se aproximar de mim. Um segredo que poucos sabem, mas que ninguém pode resolver.
Mesmo não sabendo quando onde ou como vamos nos encontrar, se de fato acontecer, eu e ele fazemos planos para aprendermos juntos, para nos ajudarmos. Ainda sentimentos amor um pelo outro, e se a distância não fosse um problema, não seria tão complicado. Se essa barreira não tivesse se erguido não teria problema algum. Nesse mesmo momento, em vez de derramando minhas palavras pelo papel, estaria planejando a próxima vez que me encontraria com ele, deixando as pessoas de lado e investindo na pessoa que eu sei que me ama e que durante esse momentos de escuridão, realmente me deu a mão e me ajudou a me ajudar.
Mas nada disso é real. A realidade dura é que permaneço sozinha, e na frente da pessoa que amei, tenho que permanecer impassível se quero me sentir bem. Então, nesse jogo em que eu alterno entre me sentir bem e sentir a dor muito forte, eu continuo cantando e pulando, não obrigada, mas por que tudo tem dois lados.
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