Sonho
- Clara Godoy
- 30 de out. de 2024
- 2 min de leitura
Parece um sonho do qual não consigo acordar. Parece que a realidade é irreal, e as coisas que se passam estão acontecendo com outra pessoa que não eu. Eu sou protagonista da minha história, mas parece que estou só observando. Me sinto fora do meu corpo.
Eu me abri para ele, contei. Ele viu, ele me viu agora. Não há como esconder, não há como negar. Me sinto nervosa, será que realmente tomei a decisão certa? Mas penso que sim, com certeza sim.
No fundo, nada do que eu acreditava ser preocupação foi. Dali alguns meses, ele iria resolver que um dia, iria me dar um fora e nunca mais falar comigo. Ele não me bloqueeou ele apenas nunca mais proferiu uma palavra. Ele simplismente se calou. Para mim. Para a outra, a qual me traiu, e que traiu-me com ele, a ela, ele responde. Até hoje? Não sei. Quero saber? Não, talvez não.
Quando escrevi os dois primeiros parágrafos desse texto, abri meu íntimo com ele. E ele me aceitou. Toda a preocupação no fundo, naquele momento, depois, foi irrelevante.
Meses depois nada disso iria importar. Ele iria me trair e trair a minha confiança. Ele iria dar de costas para algo que poderíamos ter construído e escolher a opção mais fácil. Mais palpável.
Aquele pacote que enviei para ele. Aquela caixa era oferecida. Ela não era igual as outras caixas. Ela copiava as outras caixas. Se uma caixa tinha uma design melhor do que o dela, ela mudava seu papelão, sua madeira. Ela não sabia ser a caixa que precisava ser. Ela queria ser outra caixa.
Depois de 2 anos dessa situação, eu ainda me pergunto o que aconteceu com vocês dois. O homem segurando a caixa, a caixa segurando o homem.
Suas opiniões questionáveis. Segredo
A morte do pai dela. Enlutada
A mãe dele. O pai dele, o irmão dele, o bebê que nasceu, se nasceu. A irmã, os dois filhos...
Ela. Sua mãe. O testamento. O acordo
Tenho sorte que por enquanto não terei que voar até esse Estado. Não preciso presenciar a felicidade falsa de um casal formado da forma errada. Até por que na época eu nem sabia quem eu era, e minha condição.
O sonho era o que sonhei para aquela relação. Os sonhos viraram pó. O pó se perdeu na areia. A areia ficou molhada. E o mar levou
A sua camiseta, dei a um amor novo. Agora ele é antigo. Levou sua camiseta consigo.
De resto, não levei nada de valor. Talvez o maior valor tenha sido a lição que aprendi.
Não confie no lobo.
Comments