Pausas- A toalha branca

Pequenas pausas. Estratégicas. Pause o meu coração.

Acho que, por mais que eu tente, tenho um fraco pelos invernos. É neles que morro. Talvez seja um pouco masoquista da minha parte, mas meus arrepios e o vento gelado da janela me transportam a outras épocas, em que eu era diferente.

Meu talismã se foi. Envolto pela própria névoa, ele levantou voo. Fala, para, fala, para, fala para. Parei, e preciso parar. Estou cansada, estou exausta de correr. E você permanece parado…

Me volto a outros ares, outras situações. Mesmo que eu apague seu nome, poderia eu seguir em frente? Sabendo tudo que sinto, tudo que irei sentir? Não te levo a guilhotina, nem te xingo crueldade. O problema é que te adoro pelo avesso, para provar que sou sua. E agora, não me resta mais fôlego

Tomada pela fadiga, eu vou caminhando. Eu não quero mais falar contigo. Não quero mais falar contigo. Não falar contigo. Contigo, contigo. Comigo

As palavras ecoam em meu coração, penetrando como uma faca quente em minha costela. Eu suportei, eu suportei por que te queria, te amava. Mas não sou burra. Nem trouxa, nem nada.

Teria sido ingênua de achar que o amor que está perto de casa seria possível? Que os meus esforços repetidos para tornar isso realidade haveriam sido apenas em vão? De que nada valiam, por que para você, nada valiam…. Não tenho certeza.

Eu te falei, aquela vez que nos falamos. Eu te falei, que você deixasse, eu ia embora do seu coração. E eu fui. Ou será que em algum momento estive lá, será que em algum momento você pensou em mim como eu pensei, será que sonhou acordado comigo, será que ansiava por me ver, será que perdia o fôlego… ao pensar em como seríamos bons juntos.

Não tenho as respostas. Nunca terei

Meu talismã, meu xamã de fogo. Espero que não esteja bravo, Mas quero estender a toalha. Não vou mais lutar por você. Por que isso está me destruindo, e não quero você reunindo minhas peças quando for tarde demais.