Flanco Exposto
- Clara Godoy
- 28 de abr. de 2021
- 2 min de leitura
Boa noite, meus leitores preferidos! Não esperava publicar um texto tão tarde mas a inspiração bateu e não pude esperar. Acabei de finaliza-lo! Espero que gostem! Ah, e decidi o nome da coletânea a que esses textos serão direcionados. Ela se chamará Coração Dividido!
Flanco Exposto
Acho que a última vez que eu queria seu amor. Por que eu não renunciei depois que nós terminamos? Por que eu estava presa a você? Você era minha droga, te usava e te usava, sem parar. Agora me vejo sem você. Não posso mais rir e chorar. Estou sem você novamente. Me sinto triste, mas não tanto quanto na outra vez. Acho que estou aprendendo a superar, a respirar, sem você. Espero que nós possamos resolver isso.
Mas por enquanto sigo sozinha. Tenho aspirações mas tenho cautela. Não quero me machucar novamente. O pretendente espera ansiosamente por minha resposta. Meu coração é hesitante, apesar de ser uma apaixonada perdida. A falta que ele me faz, será difícil curar. Será que ele pode ocupar meu coração e me livrar dessa dor?
Chegou a noite. Ele não veio. Como esperado. Mas não sei por que eu me surpreendi, de certa forma, com isso. Parece até que meu coração estava esperando. Pela pessoa errada. A decisão estava na minha frente. Ainda sim eu era muito teimosa para acreditar.
Suas palavras eram lindas, quando escritas, e endereçadas a mim. Até um pouco pecaminosas, proibidas. Mas quando a sua voz encontrava a minha, tinha uma certa vergonha, um medo de ser, de admitir. Me atacavas, e eu, morria. Sentia como se meu mundo despencasse. Aos olhos de um eu não era nada. Do outro fui esquecida
Jogava o meu gambito da melhor maneira possível. Mas as palavras pesavam, com um gosto metálico na minha boca. Como eu poderia responder aquilo? O sentimento voltava. De que eu era impostora, de que eu estava me forçando, de que na verdade, não me queriam ali. Eu sofria calada. Nenhuma dessas pessoas entendia a minha dor, ou poderia sentir por ela. Algumas liam as entrelinhas das minhas frases amarguradas, mas eu não deixava pedaços de pão na trilha. Me sabotava, os comia todos. No fundo queria sofrer.
Volta ao meu coração essa dor. Antes era insuportável, mas eu ainda sinto calafrios, mesmo que seja mais fraca do que outrora foi. Ela me deixa imobilizada, me impede de falar, de escrever, de me expressar. Eu sou burra. Claro que não sou digna do amor dele, por que seria? E por que qualquer uma das pessoas naquele grupo se importaria comigo, de verdade? Elas tinham coisas melhores a fazer, com certeza, do que se preocupar comigo.
Se eu morresse, tampouco saberiam. Se soubessem, não compareceriam. Ficarei deitada, atrás da porta na escuridão. não quero ser vista. Chorando
Me desespero com a ideia de perder aquilo que venho tentando conquistar. Aquilo que anseio a tempo. Ao que parece, acabarei sozinha novamente. Sem um amor ou pessoa que cuide de mim. Eu já aprendi a me cuidar sozinha. Mas dói ser solitária. Dói não amar, e justamente quando achamos que amamos de novo. Nos enganamos. Estou perdida em pensamentos. Sozinha. Ficarei assim por um tempo. Ou quando eu resolver me levantar. O chão nunca foi tão frio. E a noite, tão escura.
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