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Estória de amor

  • Foto do escritor: Clara Godoy
    Clara Godoy
  • 18 de mai. de 2021
  • 2 min de leitura

Quero ficar sozinha. Para processar o acordo partido. Para processar que eu queria que fosse despedida, porque queria que fosse diferente. Preciso de um tempo, um tempo, apenas um tempo.

Meus pensamentos desordenados não voltam ao lugar. Meu cérebro pensa e pensa sem parar. Meus dedos ágeis na máquina, digitam meus medos, frustrações,e outras coisas. Eles captam tudo que eu sinto, tudo que quero esquecer, tudo que quero que seja verdade, tudo que quero que seja diferente.

Volto meu pensamento a janela do meu quarto. Tão distante, mas vejo as luzes da rua refletindo. O vidro reflete as sombras bruxuleantes. É assombroso.

Me sinto presa em teia de aranha. Tento me soltar mas não consigo. Tento respirar mas meus canais estão bloqueados. O veneno sobe pelo meu sangue. E perco a visão.


Blackout


Me sento novamente na máquina de escrever. Que narrativa sairá dos meus dedos ansiosos dessa vez? Seria uma narrativa fantástica, bonita, fantasiosa? Ou seria uma história de terror, onde o sangue jorra, respinga e escorre. Seria um estória de amor, onde o protagonista se vê loucamente apaixonado por aquela moça? Aquela moça…


Com um chapéu de sol, ela andava na rua. Seu guarda chuva aberto, enfrentando os desafios da vida diária. Procurava um elegante moço, que a pudesse fazer companhia. E foi nessa hora que ele a viu. O vento mudou, seu chapéu levantou, e um homem, com cara de menino, um olhar azulado compenetrante, a olhou. Pela primeira vez na vida, sentiu algo diferente. Um palpitar em seu peito. A brisa parou o chapéu abaixou…


Como continuar nesse mundo de solidão, onde a estória que conto de nada me serve. Se meus inimigos são invisíveis e o demônio me cerca, querendo que eu entregue a ele, o que resta da minha coragem que possuo agora? De que vale minhas boas intenções nesse mundo, se ele é roto e não me retribui nada do que eu lhe dou?


Deixo a máquina de escrever e me levanto. O dia ensolarado e esverdeado está diante de mim. Volto ao quarto escuro.

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